Canto Lunar - Tarancón

O coração do poeta

O coração do poeta precisa de alguém
Que não queira despedida, que seja pro fim da vida
Que tranque todas as saídas
E lá dentro só nós dois e Deus.

O coração do poeta precisa de um amor
Que seja singular na trilha
Que seja sem armadilha
Que no momento da turbulência, seremos nós dois

Barquinhos de papel no riacho a bailar
Seremos nós com alguém
Depois que meu Deus confirmar o amor
Então seremos felizes poetas

Autor: Irmão Lazaro.

O que temos?

Preciso de Óculos,
Binóculos, Luneta, hubble...
pra entender o que nós temos...
e isso importa?
Talvez não...

Preciso de espaço entre os espaços
Silêncio entre os silêncios
Preciso de concentração
Foco, enquadramento, direção
Evitar o turbilhão

Preciso de um novo olhar
Novo desenho, nova cor
Nova perspectiva do lugar
Nova luz dentro das quatro linhas
Preciso de novo olhar
sobre meu olhar.

Preciso de Óculos,
Binóculos, Luneta, hubble...
pra entender o que vemos...
e isso importa?
Talvez sim...

Me sinto só!

Próximo passo...
Eu passo...
Pisar com cuidado
Sem machucar o tempo
Sem medo... sem volta
O corpo suportar
Em qualquer direção
Paredes vão estar
Na carta, palavras ao vento
O que temos?
Me vi só! entre quatro paredes
Na hora compactei
Tão comprimido
Me senti um nada
E nada falei
E nada se fez
Próximo passo...
Andar em linha reta
Falar o que?
Mais erros do que acertos?
Mais rotina do que alegria?
Mais suportes, emendas do que felicidades?
Não sei em que travesseiro aportar...
Estou num sobrado
Fui soprado
Embrulhado
Encomendado
Mal pago
Próximo passo...
Eu passo...

Fim de Semana

Acordo cedo com muita coisa pra fazer
Boto lixo pra fora, Limpo até brilhar
Não tenho tempo a perder
Se quero relaxar
Tarefas do dia-dia tenho que ceder

Fim de semana Abençoado
Fim de semana muito esperado
Fim de semana ensolarado
Fim de semana conçagrado
Fim de semana com muitos trocados
KKKKKKKKKK

Rubens de Andrade Medeiros

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Uma homenagem ao Detrito Federal.
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Fim de Semana

Ando pelas ruas
Sem ter o que fazer
Há festa na cidade
Mas não há para você
Os bares estão cheios
Todos a se divertir
Mas você não tem dinheiro
Não adianta insistir

Fim de semana amaldiçoado
Fim de semana sem nenhum trocado
Fim de semana amaldiçoado
Fim de semana sem nenhum trocado

Detrito Federal

Mau Passo

Eu mal falo, mal escuto
Mal entendo e embaraço
Mau faço e repasso
De você fiz mal compasso
Fiz de mim um marasmo
Hoje Acordei com lasso
Um enigma e vários traços
De bom gosto dei um passo
Aqui com pouco espaço
Entrei em trabalho de parto
Aqui Borrei linhas entre mormaço
Esperando de ti um estardalhaço
Eu... você, não somos um fracasso
Dois corpos e um grande passo
Sei que as desculpas dão cansaço
Mas o que fazer? somos um enlaço!
Até quando? não sei... eu passo!
O que quero, eu não disfarço
É tão pouco e mal falo
Não é um mau passo
É mais que um desembaraço
Para continuarmos nesse barco
Só quero de ti um abraço!

O Poeta

Quando um poeta me apresentou suas poesias
Eu não entendia de onde vinha tanta emoção
Na hora nada de mais eu via
Mas ali num pequeno pedaço de papel
estava sim, com certeza o maior
significado da palavra poesia.

Alegria, numa só palavra
Dor, numa só linha
Paixão, num só verso
Amizade, uma palavra rara mas ali estava
Sexo, muito aparece, mas pouco se faz

Hoje escrevo
tentando imita-los
de maneira simples
Ainda aprendendo
Caminhando em versos

Hoje, lembrei dos poetas
E vi o quanto perdi por não ter observado
O quanto é grandioso e maravilhoso o feito dos poetas
Pois aqui deixo minha singela homenagem e admiração
a todos os Poetas.

Sem querer

Sem esperar que você me fale
Sem esperar que eu te fale
Sem querer vi o seu nome
Com querer peguei nos meus braços
Sem querer fixei no seu olhar
Com querer eu te beijei
Sem querer te toquei mais forte
Com querer te lacei
Sem querer um olhar fugiu
Com querer passeei no seu corpo
Sem querer gritei seu nome
Com querer tremi ao seu lado
Sem querer joguei tudo pro alto
Com querer e mais ainda querer
Com querer ou sem quer
eu quero te ter.

Obrigado por me amar

Correr pra te fazer feliz
Tropeçar e corrigir
Faço tudo pelo seu amor
Eu seria um tolo em não pensar
que aquele momento não era nosso
Como é bom te amar

Você se preocupa com razão
Sou um menino traquino
Corro, pulo, atropelo e arranho
Ai vem você pra me amar
Como é bom te ter por perto
Meu anjo, meu amor

Fechei os olhos uma vez
Foi um anjo que os abriu
E não deixou de ajudar
Tenho onze minutos pra decidir
E lembrar da escuridão
que era sem você

Levantar os olhos molhados
Envergonhados e desesperados pra te ver
Corri em direção a ti
No caminho lagrimas de sangue
Sangue lavou meus olhos
Nesse dia a flor estava amarga

Tudo mudou a partir da batida inesperada
Um pulo, uma queda feia
Mais feio ficou a minha cara
Cinco dias leso
Cinco dias na escuridão
E onze pontos pra pensar

Não vi se era dia ou noite
Você fala algumas palavras
Passavam por mim e varavam meu peito
e minha cabeça lesa
A chuva passou e molhou o vermelho
E deixou tudo limpo e calmo

Eu não sei onde meus olhos miravam
Mas meu coração batia por você
A minha vida pertence a você
Nunca pensei amar alguém assim
Quero envelhecer do seu lado
Quero te amar até o fim da minha vida.

Só... nós dois!

Sempre fomos jovens
Temos todo tempo desse mundo...
Reclamar porque?
Calma! me abrace...
Caminhamos juntos até agora
Por que me gritar!
Se você me ama e eu te amo... então...
Eu não tenho o que reclamar!
Olhe o sol da manhã
Olhe a chuva
Todos os dias eles nos dizem o que fazer
Reclamar porque?
São forças que nos fazem viver
Deixa disso... me abrace
É só um abraço
Nada é o que parece
Nunca estivemos sós
Nem mesmo em prece
Aqui...
somos amigos e inimigos.

DOIS

Nova Ordem você diz
Correto e limpo
Fala macia e serena
Dia de lua, um dia feliz

Um poema meretriz
na minha vida nunca fiz
nas palafitas corri
No circo sempre sorri

De minha triste condição de palhaço
De sua distante fome de mim
Do seu sorriso de escarnio deliberado
De você e de mim, sorri!

Andando entre linhas
Tudo hoje é claro
Correndo nos sonhos
Posto mas não falo!

Mesmo calado Meus poros gritam
A lingua seca denuncia
A falta que você me faz
E eu te desejo ardentemente

No palco da vida tive dor
Na linha da paixão tive decepção
Hoje ando livre ilusão
Parti a lua com fervor

Essa carga é pesada
Andando na escuridão
A dor  foi o que restou
Foi opção.

Esquecido

Sou um homem sem memória
Nesse plano invisível
Juntando fragmentos
Sou cavaleiro perdido
Sem espada sem escudo
Guerreiro sem glória
Parado no tempo
Esquecido, vulnerável
Corpo inerte
Matéria sem vida
Sentindo frio
Pensamento confuso
Lento e dolorido
Respiração profunda
Coração acelerado
Arrepios cortantes
Mãos vagando no vazio
Rompendo a escuridão
Desviando obstáculos
Procurando o passado
Entendendo o presente
Descobrindo um futuro

A vida

Separação... Ação.
Mudança... Andança.
Desapegar... Entregar.
Recomeçar... Amadurecer.
Se encontrar... Apaixonar.
Amar.... Se dedicar.
Começar  tudo de novo...

Entrelinhas

Escrevo por gostar
As vezes boas linhas
outras nem tanto
Alguém me inspira
alguns segundos
Faço na hora

Não vai no papel
então esqueço
Faço música, até canto
mas por segundos
cai nas nuvens
e se vai

Só! eu e letras
Palavras perdidas
Espalhadas ao vento
Aguardando sintonia
Deixa a porta aberta
Pois vou passear

Sou pescador de pensamentos
Artesão da ilusão
Pastor das nuvens
Atleta de poucos segundos
Desenhista sem mesa
Ator sem texto

Sou sim...
O quadro de Dalí
Transbordando histórias
Sou sim...
O soco de Ali
Sacudindo pensamentos

Nessa velocidade azul
Meu olhar fixa
A respiração para
O coração dispara
A cabeça se abre
E a poesia fala.

Sete

Sete anos traídos
Sete dias da semana
Sete camas marcadas
Sete cores do arco-iris
Sete notas musicais
Sete contos tortos
Sete poemas mal contados
Sete mulheres molhadas
Sete filhos
Sete anões
Sete desenhos
Sete espelhos
Sete mentiras na cara
Sete pecados a mais
Sete quedas
Sete mares
Sete anjos
Sete deuses
Sete montanhas
Sete cidades
Sete luas
Sete camadas
Sete esferas
Sete palmos...

Depois das sete portas,
há sete escolhas,
há sete vidas,
há sete mortes...

...Vejo sete lágrimas.

Minha TV

O quadro luminoso na estante
Só tem desventura
Eu não acredito nele
Quer fazer-me crer

Fala, grita a todo instante
Disfarço o olhar
Queimam meus olhos
Fico distante

Os olhos do quadro me perseguem
Todo instante quer me prender
Passam os dias e ele está lá
Indiferente passo por ele
Procuro me ocupar
É melhor ler um livro
Não quero TV.

(foto: Rubens A. Medeiros)

Choro

choro à toa
choro por tudo
choro por chorar
choro de fome
choro satisfeito
choro de gordo
choro de magro
choro se doente
choro na boa
choro se feliz
choro de emoção
choro por proteção
choro por sexo
choro de raiva
choro de dor
choro a procura
choro pacientemente
choro no seu colo
choro no seu ombro
choro pelo mundo
choro pela natureza
choro pela cura
choro aqui agora
choro... choro e choro...
choro por Amor.
choro pelo seu amor.

Seu gato

Parei na sua frente chamando atenção
Arranhei você em meio ao calor
Lancei meu olhar pedindo carinho
Pulei no seu colo pedindo amor
Não contava que isso poderia trazer a dor...

Dia da Poesia

No dia da poesia
homenageio os poetas
falo com alegria
com ou sem rima
sem medo de errar

Livro, livreto e cordel
poesia de todos gostos
todos falam com amor
dedicação e seriedade
é imaginar e jogar no papel

Poesia, poema, música
nesse dia tudo se esculta
amor, paixão e desilusão
não vou mentir
prefiro falar de paixão

Vida longa aos poetas
inspiração não falte
em dias patéticos
como é ser poeta
vida, viva, reviva!
O dia da Poesia.

Marisa

Te gosto muito Marisa
um dia quem dera
ao seu lado de vera
emoção expressar
poesia alargar
meu amor mostrar
um dia cantar
de tudo amar.

Fragmentos

VIVO DE PEQUENOS FRAGMENTOS
PENSAMENTOS VÃO
SAUDADES FICAM
PAIXÕES SE VÃO
FRAGMENTOS FICAM.

Café

Bom dia!
Meu café de cada dia
Vem alegrar as manhãs
Ao seu lado tanta euforia

Raiou o sol, que alegria!
Meu café de cada dia
Dia com leite
Outro com chocolate

Café na cama
Torrada, bolo e bolacha
Quente, macio e bonita
Tudo se encaixa

Pequena Mesa posta
Água na boca
Torrada com café
Café com bolacha

Breve momento de magia
Sem esquecer da lida
Meu café de cada dia
Vou com força e alegria

Rio Pitimbu

https://www.youtube.com/watch?v=T12Fw3R496I

Na água pisei
No rio chorei
Vi muito lixo
E não acreditei

Na hora pensei em parar
Mas fui fotografando
A cada passo um descompasso
A cada click um espanto

Aqui deixo o meu protesto
Aos gritos: morro não morro
Paremos de degradar
Ele não vai aguentar
O rio pede socorro

Foto: Rubens Medeiros