segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Protesto?



Um andarilho se protege
Escondido nas sombras
Guardava frases, mentiras e verdades

Solidão uma aliada
Um copo vazio faz pensar
Corre na corda bamba

Andar sob sombras
Um corpo fala na multidão
Esconde garras e dentes

Dilacera palavras feito bicho
Devora mentes...
Cura e deseja ser curado

Empunha um grito engasgado
Empurra palavras ladeira abaixo
Cospe palavras de ordem

Rasga versos ao vento
Atira palavras no peito inimigo
E ver versos sendo destruídos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Janela












Daqui dessa janela
Eu vejo aquele sorriso
Tudo passa mas você não
Tudo passa muito rápido

Daqui dessa janela
A música é lenta
O vento cavalga
Ouço o próprio coração

Daqui dessa janela
As veias saltam
A minha mão te procura
O meu olhar foge

Daqui dessa janela

É um sonho...
Para que a pressa?
Tudo o que escrevo... te dou!

Daqui dessa janela
É o que vejo
É preciso ter paixão para viver
E dar continuidade

Daqui dessa janela
Há um vazio
Falta eu
Falta você.

Enigma



Três dias claros
Três olhos inocentes
Seis anos desde o primeiro
Seis anos e uma eternidade
Três vezes me senti culpado
Três vezes me senti covarde
Três foram as festas
Três vezes matamos
Três vezes morremos
Três chances para pensar
Pensar nas palavras ditas
Pensar no futuro
Pensar em um futuro.

Escravo



Escravo de mim
Escravo do que faço
Escravo dos sonhos
Escravo dos seus olhos
Escravo do seu sorriso
Escravo do seu perfume
Escravo do sexo
Escravo da paixão
Escravo do amor
Escravo do que escrevo
Escravo do que falo
Escravo do tempo

Palavras













Para que palavras?
Se o seu olhar mira o meu olhar
e fazemos uma viagem,
um sonho, um toque
E tudo ao redor desaparece

Nos dando a liberdade
de ir além de um olhar
de ir além de um beijo
Simples Liberdade

Para que palavras?
Se o que sinto por você
Não está nas palavras
Está na paixão, no desejo...

Para que palavras?
São só palavras
Mas se um dia precisar destas
Farei um resumo
E com duas escreverei
Minha Paixão.

Datas












Porque lamentamos por datas?
Porque não estamos com lágrimas?
Porque lágrimas não doem?
Porque datas, lágrimas brincam e
nos deixam pequenos...

O céu cinza chora...
Folhas brincam com o vento
Mãos brincam com os fios
Os versos brotam com a tinta,
Versos, palavras traçantes!

Faço das palavras um alívio
Dos versos um afago
Das lágrimas limpo a alma
Das mãos erguerei um pedido

Faço da chuva um espelho
para ser o meu confidente
e rasgarei tudo
se esse dia não passar.

Desconhecida











Olhos alegres
Sorriso cristalino
Vejo luzes no seu perfil
Meus olhos tristes se encantam com tanta beleza
A maciez da sua pele contracena com pétalas de rosas
O dia dá lugar à noite
A saudade e ansiedade de te ver
Versos, palavras, poemas me acolhem...
Nem sei o seu nome
Esse detalhe some ao te ver
O seu brilho fala por si
Olhos alegres.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ler











Eu nunca li...
um livro.
Nem mesmo o que fiz,
sequer os que me deram.
Porque?
Dormi.

Paz










Um dia ter paz
Um dia ter mais
Um dia no cais
Um dia fazer mais
Um dia e nada mais.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mais um chance.




Onde eu estava com a cabeça
quando atravessei a rua
corri feito doido
nessa hora a cabeça vazia
a rua estreita e nua

Foi um sopro
ou foi um empurrão
sei que voei e cai
de costa num paredão
sai de mim nesse momento

Hora do apagão
procurei, olhei para os lados
um pedaço de lembrança
um minuto de sanidade
achei o chão

Corpo inerte... leve
preso a uma só lembrança
forçado pelas horas
enganado pela mente
cego de ansiedade

Parado bruscamente
condenado sem defesa
um corpo e um nada
me vi assim no chão
sentado vendo a cena repetir
várias e várias vezes...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Foi...



Você!
me culpou
condenou
aprisonou
Você me deixou

Levou tudo de nós
Quebrou o espelho
Não varreu a casa
Não fechou a porta

Fiquei jogado
Abandonado
Esquecido
plena escuridão

Antes, palavras em vão
O chão se abriu
A casa caiu
O sol fugiu

O céu se abriu
Sem nuvens você partiu
A paixão findou
O corpo tremeu

Tudo!... é mesmo nada
Tentei falar
Fui parado por um não
Fria, contida e debochada

Como posso relutar
Quando fingir
Caminhar pra onde
Começar o que?

Asas pra que?...
Como voar sozinho
O que ficou foi tristeza
Um corpo inerte

Vou juntar o que me resta
Fazer um ponto final
Mudar de roupa
Vou pular essa página

Olhar outros horizontes
Falar com alguém
Escrever palavras...
São só palavras

Um minuto, uma hora
Um dia, uma semana
Um ano, 10 anos
Só o hoje é que importa
Fechei um capítulo

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Você faz falta



Me deixou ao luar
Viajou, e nada falou
Me embriaguei e falhei
Corri e não alcancei

Deixei, não falei
Parei, chorei
Fiquei no passado
Perdi as horas

Perdi sua fala
Perdi seu olhar
Perdi sua mão
Perdi seu corpo

Perdi você
Me perdi
Perdido
Sofrido

Sinto você!



Passei perto
Apaguei a luz
Segurei a sua mão
Esfreguei no rosto

Falei o que você queria
Tomei o seu corpo
Tremi do seu lado
Comi na sua mão

Mesmo agora
Sinto você
Seu cheiro
Seu gozo.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Desejada



O que falar depois de um "bom dia"
Uma troca de olhar

É tudo muito rápido

Não sei seu nome


O contrário da vizinha(*)
essa vai mas volta
essa quero vê-la
De perto quero tê-la


A rua se abre pra vê-la passar

As rosas tem o seu perfume

A brisa é sua amiga

O sol sorri e a Lua acaricia


Te acho em um poema

Falo e sonho sozinho

Qual o momento certo?

Procuro me conter


Faltam palavras

Fixo atrás das lentes

Um beijo na boca

Num piscar de olhos


Eu fico excitado

Distância entre dois corpos

Desejo à flor da pele

Olhar pecador


Arroxada pro meu olhar

Bem vestida e assistida

Muito comportada

Ela é desejada

(*um poema do meu amigo Marcel "Vizinha")
Rubens de A. Medeiros